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A escolha do meu GO

No último post de relato da gravidez, a Renata me pediu para falar da escolha do meu GO humanizado. Vamos lá?

Eu sempre fui fã do parto normal – mas não tinha muitas informações sobre humanização, violência obstétrica, nada disso. Minha ginecologista parecia ser vaginalista (era a médica da minha mãe quando eu nasci, de parto normal) mas nunca chegamos a conversar sobre isso.

Nesse meio tempo (coisa de um ano, um ano e meio antes de começarmos as tentativas) eu comecei a ler sobre a humanização. Entrei no grupo “Cesárea? Não, obrigada”, passava horas lendo relatos de parto em blogs aleatórios… E a pulguinha me mordeu. Decidi que eu queria não apenas um parto vaginal, mas sim um parto respeitoso, amoroso, cheio de carinho e cuidado. E não sentia essa vibe na médica que me acompanhava até então.

Fui pesquisar sobre os nomes da humanização em Curitiba. Sempre me deparava com quatro: Dr Carlos Miner Navarro, Dr Cecílio Toniolo Neto, Dr Álvaro Silveira Neto e Dra Carla Batiuk. Catei o telefone e liguei para todos – com quem consegui a consulta mais perto foi o Dr Cecílio, que atende no Hospital Nossa Senhora das Graças. Fui lá pra fazer uma consulta de rotina e já gostei: nada de pressa, ficamos 40 minutos conversando e ele tirando todas as minhas dúvidas pré-concepção.

Aí passaram-se os meses, decidimos parar com a pílula e o resto tá documentadinho aqui no blog, rs. Quando fiz o teste de farmácia e vi a linha de positivo (dia 04 de janeiro, acho que nunca vou esquecer!), no dia seguinte liguei para marcar uma consulta com o Dr Cecílio – e já levar os exames de sangue que ele tinha deixado as guias comigo, pra quando positivasse. Consegui só para o final do mês (sinto que isso acontece porque ele não tem uma secretária dele – e sim a central de agendamentos do hospital), mas eu tinha muitas muitas cólicas e resolvi procurar um outro médico o quanto antes, para fazer um ultrassom e ver se estava tudo ok.

Quanto arrependimento. Me senti numa linha de produção, com consulta cronometrada e conversa infantilizada. Só faltou me chamar de “mãezinha” – típico daquelas histórias que eu lia de atendimento não-humanizado e achava exageradas. O tal médico não mediu minha pressão nem me pesou. Fez uma carinha de felicidade quando soube que minha mãe teve pré-eclâmpsia nas duas gestações. Se recusou a falar comigo sobre parto (“na próxima consulta a gente fala disso”). Disse que eu poderia precisar me livrar das minhas gatas “porque o protozoário da toxoplasmose viaja pelo ar” (juro). Deu um contrato de quatro páginas pra gente analisar e assinar e pagar a taxa de disponibilidade antes de 20 semanas de gestação. Enfim, saí de lá correndo pra nunca mais voltar, né? Pelo menos valeu a guia de US para ver Pacotinho pela primeira vez ❤

Enfim, sobre a escolha do GO humanizado, foi assim que aconteceu comigo. Teve muita empatia desde o princípio, e gerou uma relação de confiança tremenda (sério, o Dr Cecílio é um querido, calmo, explica tudo, coerente, não infantiliza a mulher – nem o pai da criança…). Eu queria um GO em quem eu confiasse totalmente, e encontrei. Ele é o tipo de médico que, se virar pra mim durante o trabalho de parto e falar da necessidade de alguma intervenção (sim, porque ele já adiantou que qualquer coisa que saia do planejado, ele virá me explicar e vamos decidir juntos), é porque ela é realmente necessária. Ele responde WhatsApp. Ok, as consultas sempre atrasam – mas quando a gente entra no consultório, ele dá 100% de atenção e não fica correndo contra o relógio. E gente, ele estava de plantão na noite de ano novo. Pra mim, esses itens eram/são fundamentais pra acompanhar a gestação da Pacotinho =)

E vocês, como escolheram o GO de vocês?

*** Meninas lindas, longe de mim dizer que vocês tem que fazer x ou y. Cada uma sabe o que vai no seu coração, e esse relato aqui é sobre o que está no meu. Ninguém é mais ou menos por ter parto assim ou assado, e acredito que funciona da mesma forma com outras questões relacionadas à maternidade. Lembrem-se de que da mesma forma que existem milhões de crianças no mundo, existem milhões de formas diferentes de criá-las – e cada mãe sabe o que funciona melhor para si 😉