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Relato de gravidez: 28 semanas

A semana da introspecção – acho que podemos chamar os últimos dias assim. Me permiti obedecer meus instintos e passar o final de semana enfurnada em casa, curtindo chutes-gatas-marido. Confesso que foi a melhor decisão! A tranquilidade, o aconchego do meu lar, o isolamento me fizeram super bem – e Helena também gostou, a considerar o tanto de chutes e cambalhotas e cutucões que eu senti.

Viva o suco mágico que comentei na semana passada! Parece que deu um “up” no funcionamento do corpo como um todo, e enquanto está funcionando vamos com ele. Tem dias que jogo um punhado de couve, outros um pedaço de gengibre… Mas a base tem sido a mesma sempre: mamão, laranja, ameixa seca e linhaça.

As noites que tem sido agitadas. Até que pego no sono rápido, mas quando acordo durante a madrugada, custo pra voltar a relaxar. E dona Pacotinho aqui gosta: chuta, se mexe, se embola de um lado para o outro na barriga… Vira uma festa no meio da noite!

Ontem fomos em mais uma maternidade aqui de Curitiba (e ainda estou devendo o post relatando como foi a primeira). Gostei bem mais do que a anterior! Ainda essa semana vamos em mais uma, e aí acho que “bato o martelo” sobre onde Pacotinho vai nascer.

Ultimamente tem sido difícil controlar a ansiedade com o quarto e as coisinhas da pequena – mas sei que isso não me faz bem. Sei que estamos fazendo da forma que dá, que agora não depende mais da gente… É um exercício de paciência, viu? Tenho tentado focar que, se por acaso alguma coisa acontecer e Helena resolver nascer com coisas faltando, alguém vai dar um jeito. Minha mãe pode lavar as roupinhas dela, alguém corre em uma loja comprar o que precisar, tem centenas de e-commerce aí pra facilitar essa tarefa… Vai dar tudo certo. Inspira. Expira. E lembra que vai dar tudo certo.

Falando em enxoval, quero comprar mais laços e faixinhas e roupinhas cuti cuti (que talvez nem vão servir). Pode?

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Relato de gravidez: 27 semanas

Atrasada, quase fora do “prazo” (que é no máximo no máximo às quartas-feiras, combinado comigo mesma), mas aqui pra falar de completar 27 semanas. Estamos nos últimos dias do segundo trimestre, e aiaiai que frio na barriga!

A última semana foi tensa em questão de dores. Não teve um dia em que eu não sentia meu sacro trincando de dor, lombar incomodando, sem posição, sem jeito pra dormir, sem conseguir trabalhar direito pelo incômodo… Vontade de chorar, mesmo. Mas aí chegou a última segunda-feira, voltei pra yoga (o/), ganhei uma bola de pilates (o/ o/) e foi só alegria. Inclusive, meninas gravidinhas que sentem o sacro/cóccix incomodar: troquem a cadeira pela bola de pilates. Hoje trabalhei o dia todo sentadinha nela e foi algo incrível! Senti o cansaço bater no horário de sempre, porém sem as dores terríveis.

Outro sintoma chatíssimo que resolveu “dar as caras” foi a prisão de ventre (#verdades, aqui não tem máscara cor de rosa pra falar de gravidez não, gente). Haja água, alimentos integrais, frutas – e mesmo assim, nada. Uma grávida conhecida indicou tomar em jejum um suco com mamão, laranja, ameixa seca e linhaça. Comprei tudo no mercado hoje e vamos ver como se desenrola. Não quero apelar pra medicamentos, e tenho que levar de alguma forma pelo menos até a próxima consulta, no final do mês.

E o cérebro de grávida, como a gente lida? Ontem fui para uma outra cidade participar de um curso – e chegando no aeroporto para embarcar de volta pra casa, deixei o celular no carro. Gente, eu não deixo o celular em lugar nenhum! E ficou no banco do táxi. Eu bati pino no aeroporto, sem conseguir raciocinar-colocar créditos no outro aparelho que estava comigo-conectar a wifi no iPad e falar com alguém-buscar o taxista pelo aplicativo que usei para pedir o táxi. Simplesmente não ia! No final, tudo deu certo: um outro passageiro achou o celular, entregou pro motorista, meu marido conseguiu falar com ele, ele voltou me devolver o aparelho… É, tem gente boa no mundo!

Mas me conta o que a gente faz com o cérebro, por favor?! Hoje, inclusive, estava ajudando o marido a procurar um cabo. Eu abri uma gaveta, não encontrei. Tempos depois fui guardar um item na mesma gaveta e OPA o cabo tava ali em cima de tudo. Tenho ficado com medo de mim mesma – e acho que vou começar a fazer listas e mais listas de tudo o que é importante, para não deixar nada passar. Não confio mais na minha memória e raciocínio, rs! Dizem que é super normal – e inclusive uma forma da gente se preparar para o parto (algo puramente instintivo, e por isso o racional acaba ficando “de lado”).

Voltei a ter siricuticos com o quarto. Comecei a colocar no papel tudo o que falta (estamos na mesma de semana passada ainda), e a formiguinha do “não-vai-dar-tempo” me mordeu. Aí é respirar fundo e tentar me controlar, né? Tudo o que Helena precisa ela vai ter: amor, leite, um lugarzinho pra dormir, aconchego. E fralda a gente compra na farmácia e troca onde der. #vaidartudocerto

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Relato da gravidez: 26 semanas

Essa semana não trouxe novidades em sintomas. O cansaço tem aumentado de verdade – e graças a Deus pelo trabalho em home office. Não aguento mais sair na hora do almoço e voltar pra casa lá pelas onze da noite, e por isso temos evitado marcar dois compromissos no mesmo dia. Se eu abuso, pode apostar: o ciático vai dar sinal de vida, a lombar vai parecer em frangalhos, a barriga (que já não é tão pequena, mas ainda tem muito pra crescer) parece triplicar de peso… O negócio é seguir a recomendação médica e descansar sempre que possível! Acho que a falta da yoga tem contribuído pra isso também – essa semana a instrutora está viajando, e fazer em casa não é a mesma coisa.

Além do cansaço, parece que o emocional deu uma baqueada. No feriado, “baixei a guarda” sobre parto e afins e, quando questionada por uma pessoa da família, falei que gostaria de um parto natural. Se arrependimento matasse… Ouvi todo tipo de histórias escabrosas e comentários grosseiros. Desde circular de cordão assassina, não ter dilatação e afins (até que normais de se ouvir) até comentários sobre “só deixo minha mulher parir se ela garantir que não vai estragar meu playground”, “você não pode obrigar seu marido a assistir o parto, porque fulana fez isso e o marido ficou traumatizado e o casamento acabou”. Eu me fechei. Parei de participar da conversa – mas não era uma situação em que eu podia levantar e ir embora. Maridão claro que percebeu – mas é aquilo: na cabeça dele, as pessoas não tem nada a ver com isso e portanto os comentários não interessam.

Mas me machucou, sabe? Me feriu porque eu senti na pele o quão mal alguns comentários podem fazer. A sociedade tem uma necessidade de desestimular algo tão natural, simples e bonito, e de objetificar tudo. Desculpa aí, mozão, mas eu não sou playground de ninguém (claro que quem falou essa asneira não foi meu marido, né, gente, se ele falasse esse tipo de coisa nunca teria me apaixonado por ele). As pessoas ficam horrorizadas ao imaginar um parto normal que, olha só, foi Deus quem criou. Se sente mais confortável com uma cirurgia? Legal pra você. Que bom que a medicina evoluiu e hoje oferece essa possibilidade – seja para salvar vidas ou para tranquilizar quem tem receios do parto normal. Mas, por favor, não tente minar a confiança de quem escolheu um caminho diferente. Não tente dizer que “a mulher moderna não dá conta de parir”. Não ridicularize a amiga que tem uma veia meio índia e quer trazer seu bebê ao mundo. Não concorda? Fique na suinha.

eduardo

Bom, resumindo a história? Aprendi que não posso baixar a guarda e falar do meu parto em certos círculos. Nunca. E nesse meio tempo em que meu coraçãozinho tomou uns tapas, recebi amor de pessoas desconhecidas. Li relatos de parto que realmente acalentaram minha alma, me ajudaram a chorar e botar pra fora toda a angústia. Me fizeram lembrar do quão acertada foi a escolha do meu GO. Me deram a certeza de que o pai da Helena é e será o melhor acompanhante que eu poderia ter.

Essa semana também começamos a conhecer algumas maternidades aqui de Curitiba. Fomos no Senhora de Fátima, e no final do mês vamos no Graças e na Curitiba. Farei relato de cada visita em um post separado com as minhas impressões 😉

Ah, e atualização do status do quarto: pintamos! Ficou lindo (e apesar de cansativo, foi mais fácil do que eu e marido imaginávamos). O berço – herdado de uma prima muito querida – também chegou, e já está lá montadinho, junto com a poltrona de amamentação. Fechamos o projeto do armário, e a previsão é de que até o final do mês ele esteja instalado. Aí na sequência vem rodapé, cômoda e lavar roupinhas-organizar tudo. Ah, também tem uns detalhes que estamos agilizando – e prometo mostrar pra vocês quando estiver tudo prontinho, nem que seja lá pelas 38 semanas, hihi!

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Relato da gravidez: 25 semanas

É, 25 semanas. 15 para a DPP, talvez umas 18 pra ter Helena nos braços. #eike frio na barriga! Segundo os aplicativos de gravidez que apitam toda terça-feira pela manhã, Pacotinho tem mais ou menos 700g e 35 centímetros.

Semana passada tivemos consulta com o GO. Era na quarta, mas uma paciente entrou em trabalho de parto e transferiram pra quinta pela manhã. Achei lindo, achei fofo, achei que foi mais uma prova de que esse sim é o “meu” médico.

Os exames deram praticamente normais – estamos mantendo o TSH sob controle com a medicação, a curva glicêmica ficou em ordem, etc e tal. Só a vitamina D que deu abaixo de insuficiente – mas né, morando em Curitiba, todo mundo tem deficiência disso. Entramos com complemento: por um mês uma dosagem mais alta, duas vezes na semana, e depois só manutenção. O médico me tranquilizou bastante: quando eu vi que o exame deu baixíssimo, corri pesquisar no Google e fiquei assustada. Deu até que a baixa vitamina D causava eclâmpsia! Mas o que o Dr me disse foi que não foram feitos estudos conclusivos sobre isso ainda e que era para eu acalmar meu coração. Que iríamos repor a vitamina, sim, mas sem grandes neuras. Ufa!

Ah, comecei com um polivitamínico também. Tenho procurado comer o mais saudável/variado possível, mas nem sempre é fácil. Aí como estamos nos encaminhando para o terceiro trimestre, ele recomendou que eu começasse a tomar um desses compostos feitos especialmente para gestantes. Me deu algumas opções, escolhi uma delas e pronto. Nem vou falar qual estou tomando porque né? Suplementação é algo muito específico, que envolve as particularidades de cada mulher e também a avaliação do médico. 

Confesso que o peso me assustou. Quem vê não pensa, mas já se foram bons quilos nessa gravidez. É aquilo: os exames estão normais, a saúde está ok, Helena está perfeitinha… Mas sempre fica uma pulga atrás da orelha… Em um mês foram 2,5kg (ó a gente falando de peso aqui, credo) – sendo que o ideal é um por mês. Sei lá. Tenho tentado controlar as porcarias que como, mas me diz como é que vou passar esse inverno sem cueca virada, cuca, café com leite quentinho e chocolate? E as massas? Aff! Pelo menos durante o dia a alimentação está certinha: café da manhã com frutas e integrais, almoço equilibrado… Nos lanches (e no jantar) que enfio o pé na jaca. Então me ajudem: como vocês controlam o apetite?

Mas gosto de atribuir mentalmente parte do peso aos peitos, haha! Além de terem crescido (inclusive foi só ali que apareceram estrias), tem colostro vazando. Sem estímulos nem nada! Fico feliz pra caramba – pode ser só meu psicológico falando (afinal peito não é estoque e sim fábrica), mas sinto que isso significa que irei amamentar a Pacotinho direitinho. Chego a sonhar com isso, acreditam? Haja estudo, leitura e informação pra quando a hora chegar.

Ah, de uns dias pra cá tenho “sentido” o útero pesando. Principalmente se estou sentada/deitada e levanto de repente, sinto umas fisgadinhas ali embaixo – e conversei disso com o médico, que afirmou que é normal. Comecei a fazer drenagem linfática na última semana também, e que delícia! Eu relaxo e sinto desinchar um pouco – apesar de ainda não estar retendo tanto líquido, preferi começar já como medida preventiva.

O emocional tá daquele jeito: estou mais impaciente do que nunca. Só quero meu canto, meu ninho – já imaginou como vai ser quando chegar perto da DPP? Socorro! E um comentário sobre a história de “pegar em barriga de grávida”: tenho relaxado bastante quanto a isso, ainda mais com ela mexendo. Já chamei cunhado pra sentir, cunhada, sogra, mãe, vó, pai… Mas o que me incomoda mesmo é estar passando e PAH mão na barriga. Não pra dar oi, sentir ela mexer ou coisa assim – e sim por “pegar na barriga” mesmo. Gente, qual a necessidade? Quando você vê alguém que ama, já deu oi, abraçou, e essa pessoa está (sei lá) indo buscar um copo d’água, você não pega nela, né? Não façam isso com as barrigas alheias. Deixem pra pegar, sentir, apertar, dar amor na hora certa. Eu tenho amado sentar no sofá e ter um monte de gente ao redor querendo sentir a pequena… Mas me deixem viver também, por favor. É igual apartamento alugado: Helena está ocupando agora mas ainda é minha barriga.

E os preparativos do quarto? Quase morri do coração com as cotações pro armário sob medida. Coisa de 5 mil reais (o mais barato) pra um armário de 1,50m com duas portas! Cheguei a falar que iria guardar tudo em caixas de papelão, porque não é possível! Aí ontem marido chegou com um outro orçamento: metade do preço, também sob medida, de uma empresa menor mas que fez os móveis dos meus cunhados. Ufa! Não vai ter o acabamento perfeito, as ferragens mais extraordinárias, mas GENTE, eu estava quase entrando em desespero.

Feriado vai ser de preparação do quartinho! Vamos pintar as paredes e quero já preparar umas moldurinhas que comprei. O quarto vai ser todo cinza e branco, com toques de pink/fúcsia e dourado. O dourado vai ser bem bem pontual, como na parede de quadrinhos – vou pintar todas as molduras de dourado. O pink idem: detalhes aqui ou ali, como a mesinha de apoio pra amamentação (que achamos uma perfeita, na cor e modelo que eu queria, por 69 reais na TokStok). Prometo que venho mostrar pra vocês quando as coisas estiverem prontas. Quem sabe até lá eu perco a vergonha e já mostro minha carinha aqui no blog?